Homenagens a trabalhadores e ato inter-religioso marcam 121 anos da Fiocruz

Simone Kabarite

O aniversário de 121 anos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foi marcado por homenagens aos seus trabalhadores, agentes importantes no combate à pandemia de covid-19. As celebrações começaram no dia 26, com a apresentação do vídeo dos 121 anos da Fiocruz em homenagem aos trabalhadores, destacando as ações da instituição no combate à pandemia e fotos enviadas por cerca de 130 funcionários. A presidente da Fiocruz Nísia Trindade ressaltou o papel do conjunto de trabalhadores neste momento de grande crise mundial. “É difícil mantermos essa afetividade, essa coesão, dadas às dificuldades que se impõem, mas o vídeo recupera muito bem esse espírito coletivo”, afirmou.

Em seguida, a presidente participou da mesa de debates A Fiocruz no enfrentamento da Pandemia: inovando a tradição, ao lado de Simone Kropf, pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz, Gabriel Wallau, pesquisador do Instituto Aggeu Magalhães; Zélia Profeta, pesquisadora e diretora do Instituto Renê Rachou e Gonzalo José Bello Bentacor, pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz – IOC. 

As homenagens continuaram na parte da tarde, desta vez em especial aos trabalhadores com mais de 30 anos em atividade na instituição e com a entrega dos títulos de Pesquisadores Eméritos. A programação do dia foi encerrada com o Entardecer Solidário, apresentação do grupo de chorinho Na Corda Bamba, com o objetivo de arrecadar doações para a campanha iniciada pelo Museu da Vida para quatro organizações que mantêm parcerias ao longo dos anos: Museu da Maré, Espaço Casa Viva – Rede CCAP, Projeto Marias e Manguinhos Solidário.

“Concluímos esse dia de comemorações pelos 121 anos da Fiocruz com essa atividade e a mensagem de solidariedade. De todos os trabalhos que a Fundação vem fazendo nessa pandemia, há mais de um ano, nós temos, como um dois eixos de destaque, o apoio a populações vulneráveis e a construção de um conjunto de alternativas junto a vários territórios”, concluiu a presidente.

 Ato de Acolhimento, Esperança e Fé na Ciência

No sábado, dia 29, foi realizado o ato inter-religioso - Ato de Acolhimento, Esperança e Fé na Ciência - em homenagem aos trabalhadores e familiares vítimas de covid-19 e aos que atuaram no enfrentamento da pandemia. Na cerimônia, lideranças religiosas se uniram para lembrar as vítima do novo coronavírus e manifestar solidariedade a todas as pessoas que perderam familiares para a doença. Participaram do ato Dom Orani Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro;  Padre Marcelo Torres (Igreja Ortodoxa Antioquena); Pastor Silas Esteves (Igreja Evangélica Betesda); Sheikh Adam Muhammad (representante religião muçulmana); Fabiane Gaspar (representante religião espírita); Papiõn Cristiane Santos (representante Indígenas/Catimbó de Jurema); Pai Marcio de Jagun (representante Candomblé); Kunti (Hare Krishna); Athamis Barbara (Xamanismo); Sacerdote Og Sperle (representante religião Wicca); Vanessa Machado (representante mórmon - Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) e Gabriel Shisil Yeshe (Budista).

Também estiveram presentes e reforçaram a importância do encontro, bem como o empenho da Fundação no combate à pandemia, a presidente da Fundação, Nísia Trindade, o diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e representante do Conselho Deliberativo, José Paulo Leite, e o representante da Associação dos Servidores da Fundação Oswaldo Cruz (ASFOC), Paulo Garrido. “Quero manifestar meu agradecimento a todos que vêm colaborando com os esforços incansáveis da nossa instituição, desde o campo da pesquisa e da atenção até à produção da vacina, como também às lideranças aqui presentes, expressando o sentimento e a convicção de que os caminhos da ciência e das diversas religiões representadas são de busca da verdade, de aproximação, de acolhimento e solidariedade”, destacou a presidente.

Na oração final, o arcebispo Dom Orani João Tempesta destacou a importância do diálogo inter-religioso e do respeito para encontrar caminhos de esperança. “Que nós sejamos instrumentos da paz”, afirmou. O arcebispo lembrou as vítimas de covid-10 e dedicou orações aos seus familiares. 

“Aqui é o lugar que olhamos com esperança, que faz a diferença no presente e no futuro, que por meio da ciência, da produção de vacina, faz acontecer a vida. Que a chama de esperança possa iluminar tanto os cientistas da Fiocruz quanto os funcionários, para que nunca desistam diante das muitas dificuldades e possam perserverar na sua missão”, disse.

O evento foi encerrado com a apresentação da Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro de versões de músicas clássicas e brasileiras. A Orquestra faz parte da Ação Social Pela Música no Brasil, Organização Não-Governamental sem fins lucrativos, cuja missão é a educação social e cultural, por meio do ensino da música clássica com a inclusão de jovens de comunidades vulneráveis. Atualmente, o projeto atende a 4406 jovens, em 11 núcleos e 18 polos de musicalização. Assista ao evento na íntegra.