120 anos da Fiocruz foi tema de Simpósio da Academia Nacional de Medicina

O aniversário de 120 anos da Fiocruz foi tema do Simpósio da Academia Nacional de Medicina (ANM) realizado, em formato virtual, no dia 18 de junho. O evento teve abertura do presidente da ANM, Rubens Belfort Jr, e do coordenador do simpósio e de Relações Internacionais da Fundação, Paulo Buss, que também participou do primeiro bloco, intitulado “O que é a Fiocruz – uma breve introdução”, com a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.

A presidente fez uma apresentação sobre a atuação e a estrutura da instituição, reforçando “o foco na saúde em defesa da vida.” Em seguida, o diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), José Paulo Leite, falou sobre os projetos e programas no campo da pesquisa biomédica, como o Inova Fiocruz. Sobre o contexto atual da pandemia do coronavírus, João Paulo destacou as pesquisas em desenvolvimento e lembrou a frase da, neurologista e senadora italiana, Rita Levi-Montalcini: “Acima de tudo, não tema os momentos difíceis. O melhor vem deles.”

O diretor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Hermano Castro, apresentou dados sobre pesquisa e ensino em saúde pública na Fiocruz. Hermano destacou os 43 programas de pós-gradução da Ensp em vários campos da saúde e a importância da educação em rede, que amplia o campo de formação em saúde, tão necessária em tempos de crise, como o atual. Na sequência, Valdiléa Veloso, diretora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), falou sobre a atuação multidisciplinar da instituição, com uma rede de pesquisa clínica em várias regiões do país e parcerias com secretarias, redes privadas de saúde e colaboração constante do Sistema Único de Saúde (SUS). Sobre o mais novo Centro Hospital, construído em sete semanas para atender pacientes graves de coronavírus, Valdiléa afirmou que o mesmo foi projetado para ir além da assistência. “O Centro tem estrutura para processar material biológico, o que possibilita que as pesquisas tenham maior amplitude”, reforçou.

Maurício Zuma, diretor de Bio-Manguinhos, falou sobre Produção de insumos para a saúde que, segundo ele, está na gênesis da instituição, desde quando ainda era o Instituto Soroterápico Federal. Além da produção de vacinas e testes para a Covod-19 em tempo recorde, ele destacou a importância estratégica do investimento na área, para o desenvolvimento social, econômico, bem como para a soberania nacional do país. A diretora do Instituto René Rachou (IRR/Fiocruz Minas), Zélia Profeta focou a apresentação na “Presença Nacional diversidade e gestão participativa”. Entre as pesquisas, Zélia falou sobe a de Brumadinho e a da bactéria Wolbachia, que, quando presente nos mosquitos, impede que os vírus da dengue, zika e chikungunya se desenvolvam bem dentro destes insetos, reduzindo assim a transmissão dessas doenças. O segundo bloco contou com a participação dos acadêmicos da Fiocruz, Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, do ex-Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, Léa Rodrigues Coura, José Rodrigues Coura e Paulo Buss.

O último bloco teve a conferência da presidente Nísia Trindade Lima, que recebeu uma placa virtual do presidente da Academia, Rubens Belfort Junior, em homenagem aos 120 anos da Fiocruz e a sua contribuição para a ciência. Nísia destacou a emoção do momento e que as duas instituições – Fiocruz e Academia Nacional de Medicina –  reconhecem e  valorizam o passado, com centros de memória que destacam o saber e a importância da ciência dedicada à vida. O coordenador Paulo Buss reforçou a história de parceria entre as duas instituições, que “caminharam de mãos dadas durante o século XX , com trajetórias que se entrelaçam, e continuarão irmanadas em prol da saúde dos brasileiros”, concluiu.